A adolescente de 17 anos, identificada como L.M.G.L, de 17 anos, que atirou em um colega dentro do Colégio CPI, no Centro de Teresina, fez ameaças à vítima anteriormente ao crime. Ainda ontem (03), a jovem esteve na casa dos pais de J.L.C, 17 anos, e o ameaçou de morte. Segundo o delegado Tales Gomes, ela e o rapaz namoravam e ele tinha a intenção de terminar o relacionamento, mas L.M o procurou ontem afirmando que caso ele terminasse com ela, ela o mataria. Os dois teriam tido uma discussão na qual a jovem teria agredido o namorado. Ele apresentava escoriações pelo corpo que indicavam ferimentos feitos com unha.
Hoje pela manhã (04), L.M e J.L estavam conversando no refeitório do colégio. No local havia somente um funcionário que presenciou o ocorrido. Em depoimento à polícia, ele conta que durante a conversa a menina sacou a arma e atirou uma vez contra o rapaz, que caiu inconsciente. Ela, então, deixou a arma sobre uma mesa e se afastou para um canto enquanto os funcionários socorriam o adolescente.
Foi neste instante que ela saiu da escola. De acordo com Tales Gomes, a jovem entrou em uma farmácia de manipulação próxima ao colégio e disse a um funcionário o que havia feito. “Ela disse ‘eu acabei de matar um amigo meu do colégio. Chama a polícia’. O funcionário tomou um susto, mas disse que se ela tinha ferido alguém, que tinham que chamar o SAMU. Ela disse de novo que o tinha matado e que ele merecia morrer. Então ela saiu dessa farmácia e foi em direção ao 25 BC, onde foi contida por pessoas e funcionários da escola”, relatou o delegado.
Ela foi entregue à Polícia Militar, que a apreendeu e a conduziu para a Central de Flagrantes. A arma utilizada no crime é uma pistola 9 milímetros de uso restrito e pertence ao pai da adolescente, que é policial militar no Piauí. Ele confirmou na saída da delegacia que a arma era particular e, portanto, não pertenceria à corporação.
Ele ainda será ouvido pela polícia, de acordo com o que informou a delegada Daniela Dinali, da Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM).
Com relação à adolescente, ela permaneceu em silêncio e de cabeça baixa durante todo o depoimento. Autuada, ela deverá responder por ato infracional análogo a tentativa de homicídio, já que se trata de uma jovem menor de 18 anos. Ela será conduzida ainda hoje para o Centro de Defesa da Cidadania (CDC) onde deverá cumprir internação enquanto o inquérito prossegue.
O adolescente J. L. C., de 16 anos foi encaminhado para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ao Portal O Dia, a assessoria do órgão atualizou o quadro de saúde da vítima. Segundo o hospital, o menor “segue internado no hospital”. E “o quadro de saúde dele é considerado grave”.
Em nota, a escola onde aconteceu o caso afirmou ter prestado socorro à vítima e que vai intensificar as ações internas para garantir um ambiente ainda mais seguro e acolhedor para todos. Veja a nota na íntegra:
"Nota de Esclarecimento
O Colégio CPI vem a público manifestar profunda consternação diante do lamentável ocorrido nesta manhã entre dois alunos.
Imediatamente após o incidente, prestamos o devido socorro à vítima, que foi encaminhada ao hospital e está recebendo toda a assistência necessária. Reforçamos nosso compromisso em colaborar integralmente com as autoridades competentes, que já estão apurando os fatos, e tomaremos todas as medidas.
Neste momento, intensificamos nossas ações internas para garantir um ambiente ainda mais seguro e acolhedor para todos.
Agradecemos a compreensão e confiança das famílias e estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Seguiremos empenhados em acompanhar de perto a recuperação do aluno e a investigação deste episódio, sempre priorizando a verdade e a serenidade.
Em tempo, informamos que as atividades escolares e festivas estão suspensas no dia de hoje".