Mykola Volkivskyi — ex-conselheiro do presidente do Parlamento da Ucrânia — explicou ao Correio que tentativas de assassinato contra Zelensky tornaram-se mais frequentes após o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022. "No entanto, em setembro de 2021, Zelensky discursou na Assembleia Geral da ONU e reagiu à tentativa de assassinato de seu primeiro assistente Serhiy Shefir e prometeu uma 'resposta contundente'", lembrou. "O presidente mencionou, na época, que os responsáveis poderiam ser agentes internos ou externos, e atribuiu o crime ao preço pelas reformas na Ucrânia." O carro de Shefir foi alvejado com dez tiros quando passava por uma área de floresta, ao sul de Kiev. O auxiliar de Zelensky acabou atingido por três disparos e teve que ser submetido a uma cirurgia.
Para Volkivskyi, o complô mais recente contra Zelensky é "o preço pela paz e pela liberdade". "Em janeiro de 2023, a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) revelou que houve pelo menos 12 tentativas de assassinar o presidente ucraniano. Eles impediram duas delas. Os serviços de inteligência da Ucrânia e seus parceiros estão constantemente alertando e fazendo ataques preventivos, adiantando-se a esses crimes", sublinhou.
Por sua vez, Anton Suslov — especialista da Escola de Análise Política (em Kiev) — assegurou à reportagem que, ainda que um dos muitos planos para matar Zelensky tivesse sido bem-sucedido, a guerra em nada mudaria. "De fato, o presidente Zelensky é um símbolo importante da luta da Ucrânia contra a Rússia e seu assassinato seria um fator desmoralizante. No entanto, o sistema político ucraniano, assim como a nação em geral, é descentralizado o suficiente para não depender de uma pessoa em particular, mesmo que ela seja o presidente."
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