Lampião, uma grande figura do cangaço brasileiro, é conhecido por sua liderança e estratégia que desafiaram as autoridades por muitos anos. Nascido no sertão nordestino, ele inicialmente trabalhou como artesão de couro antes de se tornar um dos mais temidos cangaceiros do Brasil
Um fato marcante sobre Lampião é sua tentativa de ascensão política, expressando o desejo de se tornar governador de um estado nordestino. No entanto, sua vida de crimes e conflitos constantes com as autoridades impediram a realização desse sonho político, já que ele ficou marcado na história como um líder rebelde do cangaço.
Vamos saber um pouco mais sobre Lampião? Continue com a gente!
Lampião, o famoso cangaceiro brasileiro, é lembrado não apenas por sua liderança no cangaço, mas também por uma peculiaridade surpreendente: atuou como parteiro em algumas ocasiões. Um dos grandes motivos para adotar tal profissão foi justamente o aumento do número de mulheres no bando.
Sim, parece um pouco estranho, mas o líder do cangaço preferia manter a sobriedade, o que lhe permitia tomar decisões estratégicas com clareza. Sua moderação no consumo de álcool tinha destaque como uma característica pessoal singular, refletindo seu foco, fato que contribuiu para sua longevidade e notoriedade como líder cangaceiro. Há relatos de que, uma vez ou outra, apesar de não gostar muito, ele apreciava um bom conhaque.
Expedita Ferreira Nunes, filha de Lampião e Maria Bonita, nasceu em 1932, durante a ascensão do cangaço. Após a morte de seus pais em 1938, quando ela tinha apenas seis anos, foi criada pela avó materna e teve uma vida longe dos conflitos que marcaram a trajetória de seus progenitores.
Logo, Expedita viveu para contar a história de seus pais, preservando a memória do cangaço e participando de eventos e entrevistas sobre o tema. Sua existência é um elo vivo com o passado turbulento do sertão nordestino, representando a continuidade de uma história marcada por violência, resistência e luta.
Lampião, além de ser um líder carismático e estrategista, também tinha algumas ambições políticas. Ele chegou a expressar o desejo de se tornar governador de um estado nordestino, acreditando que poderia mudar o cenário para a população sertaneja.
Esse desejo refletia sua visão de justiça social e a sua vontade de exercer poder de forma legítima, transformando a vida de pessoas que viviam em uma situação mais crítica. Porém, suas atividades ilegais e o constante conflito com as autoridades impossibilitaram a realização desse sonho.
Como autodidata, ele valorizava a instrução e buscava livros, jornais e revistas que encontrava durante suas andanças pelo nosso sertão. Essa prática não apenas alimentava sua curiosidade, mas também fornecia informações valiosas sobre o mundo, ajudando a moldar suas estratégias de liderança e sobrevivência.
Sim, a gente sabe. Parece improvável, mas é verdade. Ele carregava imagens de santos e fazia questão de participar de missas e outras práticas religiosas sempre que possível. Sua fé católica era uma parte importante de sua identidade, influenciando suas ações e decisões.
Um fato a gente sabe: o líder do cangaço não economizava em nada nas munições. No entanto, a origem delas era incerta. Porém, muitos cogitam que grandes fazendeiros e políticos ajudava a conseguir as munições. Ele nunca deixou que descobrissem ao certo de onde elas surgiam.
Lampião, com seu rosto magro e angular, tinha um olhar penetrante e marcante, frequentemente escondido atrás de óculos redondos que se tornaram sua marca registrada. Usava um lenço no pescoço e chapéu de couro adornado com estrelas e medalhas, símbolos de seu status no cangaço. Sua aparência era completada por um bigode fino e expressões severas, refletindo a dureza da vida no sertão. Além disso, ele era um homem bem magro.
O rei do cangaço nutria um gosto peculiar por perfumes, um luxo incomum dadas as condições bem precárias de higiene da época. Ele se destacava não apenas por sua aparência imponente e suas habilidades de liderança, mas também pelo hábito de se perfumar, valorizando a apresentação pessoal mesmo em meio à vida agreste do cangaço. Os perfumes eram adquiridos durante as suas ações, e essa era uma marca registrada dele. Inclusive, ele gostava muito de perfumes importados.
As histórias contavam que ele possuía a capacidade de se tornar invisível, desviar balas e até se transformar em animais, graças a pactos místicos e proteção divina. Esses mitos não só enalteciam sua figura lendária, mas também serviam para explicar sua resistência e longevidade no cangaço, reforçando sua invencibilidade e fazendo dele um personagem quase “sobrenatural” na cultura brasileira.
Antes de se tornar o infame líder do cangaço, Lampião trabalhou como artesão, profissão que atuou até os seus 21 anos. Ele aprendeu o ofício com seu pai, produzindo peças como selas, arreios e outros equipamentos comuns do sertão. Diante disso, a experiência como artesão contribuiu para o desenvolvimento de sua disciplina e criatividade, características que mais tarde se manifestariam em suas estratégias e liderança no cangaço.
Lampião recebeu esse apelido devido à sua semelhança com uma lâmpada a querosene. Segundo a lenda, quando criança, Virgulino gostava de ficar próximo à luz da lamparina durante as noites, o que teria inspirado seus companheiros a chamá-lo de “Lampião”.
O rei do cangaço foi responsável pela liderança do bando que lutava contra a ditadura de coronéis. Suas principais ações envolvia entrar e roubar a fazendas. Isso sem medo algum da polícia.
O traje era composto por camisa de tecido riscado, calça de brim, chapéu de couro, alpercatas, alforjes bordados, além de muitos adereços de ouro e prata como anéis, correntes e punhais. Lampião costurava e bordava parte de suas próprias roupas, mostrando seu poder e criando uma entre os diferentes grupos de cangaceiros.
Apesar dos atos violentos cometidos por seu bando, o cangaceiro era visto como uma figura que representava a resistência e a luta dos mais pobres contra as injustiças sociais da época. Sua popularidade entre os “coiteiros”, que o ajudavam e o protegiam da polícia, e a admiração por sua coragem e determinação contribuíram para a construção da imagem de Lampião como um herói.
O fim do cangaço é marcado pela morte de Lampião e Maria Bonita em uma emboscada da polícia em 28 de julho de 1938. Naquela madrugada, as tropas volantes de Alagoas surpreenderam o bando de Lampião acampado na fazenda Angicos, em Sergipe. Após o confronto, os corpos de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram decapitados.
O mais assustador desse fato é o de que as cabeças foram expostas como troféu, inicialmente na margem do Rio São Francisco, em Piranhas, no estado de Alagoas, e depois em outras cidades.
A exposição das cabeças era uma prática comum no cangaço, usada para comprovar a morte dos bandidos e receber a recompensa oferecida. Porém, a decapitação e exibição dos corpos de Lampião e Maria Bonita chocaram a população e ficaram marcadas como um dos episódios mais violentos do fim do cangaço no Nordeste brasileiro.
Fontes: Galileu, Diário GM, Nova Brasil