Segundo o especialista, tais atividades têm chamado a atenção não só pelos resultados positivos que trazem, mas também porque constituem uma alternativa para aquelas pessoas que não possuem tempo ou acesso aos meios necessários para a prática de exercícios estruturados.
O novo trabalho mostra que a partir de um minuto e meio diário de exercícios, já é possível colher as benesses de uma vida ativa. Para chegar nesses resultados, os pesquisadores analisaram dados de mais de 22.000 pessoas com idades entre 40 e 79 anos disponíveis na coorte britânica de saúde UK Biobank.
Todos os envolvidos relataram não praticar exercícios regularmente. Para acompanhar o cotidiano, eles usaram rastreadores de atividade física durante sete dias. A coleta de dados foi conduzida entre os anos de 2013 e 2015.
Já a saúde cardiovascular foi avaliada por meio de registros hospitalares e de mortalidade, em um período estendido até 2022. Os especialistas também ajustaram os dados para eliminar fatores de confusão, como posição socioeconômica, etnia ou condições coexistentes.
Os resultados mostram que especialmente as mulheres colhem os benefícios da prática de atividades físicas curtas e de alta intensidade no cotidiano. Aquelas que fizeram, em média, três a quatro minutos de exercícios diariamente mostraram uma redução de 45% do risco de sofrer um evento cardiovascular, como ataque cardíaco, derrame ou insuficiência.
Embora os pesquisadores tenham considerado quatro minutos como o tempo ideal, um mínimo de um a dois minutos por dia já foi associado a uma diminuição de 30% na ocorrência desses problemas de saúde.
Por outro lado, para os homens os efeitos foram menos expressivos. Aqueles que fizeram uma média de cinco a seis minutos de atividades diárias apresentaram uma redução de 16% de risco de sofrer com tais eventos. A pesquisa foi publicada na revista científica British Journal of Sports Medicine.
Para quem quer começar a incluir atividades físicas aos poucos na rotina, o pesquisador e professor Thiago Rodrigues Gonçalves, da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec-RJ), recomenda estratégias que facilitem esse processo. Subir escadas, por exemplo, pode ser uma atividade demandante para pessoas sedentárias. Mas, para começar, essas pessoas podem apenas descê-las.