O Correio apurou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) articulam a assinatura, em breve, do acordo de cooperação para o lançamento do Projeto Estádio Seguro. Nos bastidores, havia expectativa para a realização do evento no último 3 de julho. O presidente Ednaldo Rodrigues, inclusive, havia ficado na capital para cumprir a agenda depois do amistoso da Seleção feminina contra o Chile no Mané Garrincha. Porém, houve cancelamento e o dirigente retornou ao Rio de Janeiro.
A morte de Gabriela Anelli pressiona as entidades a retomarem a implementação acelerada do programa. Em resposta ao Correio, o MJ informou que, por enquanto, não há previsão de data para a assinatura. O assunto voltou a pulsar internamente em trocas de mensagens entre os órgãos envolvidos depois da tragédia anunciada e voltou à pauta em caráter de urgência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deseja uma resposta rápida. O agressor foi preso, confessou ter atirado a garrafa e responderá por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O Projeto Estádio Seguro recomendará às entidades esportivas decididas a aderir ao programa o compartilhamento de dados com as autoridades de segurança a fim de que torcedores identificados como criminosos sejam identificados e presos. Em um primeiro momento, não há exigência de participação no programa, mas isso pode mudar. Segundo o Ministério da Justiça, a parceria terá duração de 60 dias e a CBF não poderá usar as informações sigilosas.
As 27 federações estaduais e os clubes serão convidados para o lançamento do programa. A intenção é que o Estádio Seguro entre em operação o mais rapidamente possível em jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Há um protótipo do programa em fase de testes, no Maracanã, desde o fim do ano passado. Segundo a CBF, a tecnologia identifica torcedores com mandados em aberto ou com alguma restrição judicial. Um dispositivo é acionado na leitura do ingresso. Caso o sistema identifique restrições, a catraca eletrônica é imediatamente bloqueada. Até o momento, não há previsão de orçamento para o programa.
Correio Brasiliense